domingo, 6 de maio de 2012

A voz


De repente eu ouvi a voz
calma e tranquila
com um convencimento atroz
que devagar te aniquila

Que me possui e me envolve
no enlevo da ternura.
A suave voz que cura
a dor como um revólver

Transformando-se em morte
com sua aflição e eterna paz.
Como a lâmina que faz um corte
no doente que aqui jaz.

Essa voz é como o canto da sereia
Que me envolve e me rodeia
de expectativas e excitação
Me levando à própria destruição.

Aquela voz tão serena
Que domina minha alma
Com a eficiência de quem envenena
Tirando-me toda a calma.

Que bom que meu destino é morrer!
Sendo essa minha única certeza
Que me venha essa defesa
do complexo que é viver.

E assim essa voz silenciar-se-á
para mim e meus ouvidos
Se minimizará a um zumbido
E não mais me encantará.

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