Nada é mais misterioso que a
vida e a morte. Ambas parecem ser opostas, porém, ambas se completam, sendo
impossível a existência de uma sem a outra. A morte não está necessariamente
ligada ao fato de parar de respirar, está mais relacionada aos fatores da alma.
Muitas pessoas estão mortas mesmo parecendo vivas. Caminham por aí, acreditando
que estão vivas, seguindo suas rotinas fúteis e sem sentido. É quando o coração
para e nada mais parece fazer sentido.
O problema é detectar isso.
Nem todos conseguem – ou tem a coragem de – assumir, ou até mesmo, no vazio do ser, deixam
isso passar despercebido. Assim como fazem com a vida, deixam morrer os sonhos,
o espírito, o desejo do impossível dominadas pelo sentimento do medo. Medo de
não conseguir, medo de se frustrar. Então morrem.
A vida é difícil, diria que
muito mais difícil do que a morte. Pois vivendo estamos sujeitos a nos
depararmos com todos os tipos de situação. Desde as mais felizes até as mais
infelizes. Ter responsabilidades sobre os atos, admitir os erros, tentar de
novo, realmente pode parecer doloroso para alguns. Mas é isso que a torna
interessante: nunca saber o que poderá acontecer.
Diante do caos do dia-a-dia,
às vezes, fica difícil admirar a beleza nos pequenos gestos, nas pequenas
coisas, como, por exemplo, tudo o que acontece no mundo é mágico ou
simplesmente num sorriso. Tudo é tão imposto de como devemos viver e agir que
deixamos essas simplicidades, que tornam a vida mais feliz, passar batido.
A morte ”morrida” é diferente.
Geralmente ela é aceita, ou até mesmo esperada, pela pessoa. Deixa
verdadeiramente esse caos para viver em paz. Não estou falando que exista vida
depois da morte. Mas imagino a morte como uma aquietação da alma. Tudo o que
foi sofrido é deixado para trás, então este mundo cão e sua hipocrisia, simplesmente
deixam de fazer sentido.
Algumas pessoas não
conseguem entender a morte. Não conseguem entender o porquê que ela leva entes
queridos e amigos. Mas esta aflição fica apenas em nossos corações, nos
matando, mas nos deixando vivos. Já outras, não conseguem entender a vida, o
porquê de tanto sofrimento, de guerra e desunião, mas é simplesmente para
darmos valor às coisas que nos fazem bem. Talvez ela nem seja passível de ser
entendida, apenas vivida de uma maneira que realmente valha a pena.
Então a única coisa que nos
resta é viver. Ninguém falou que seria fácil, mas é, no mínimo, gratificante.
Ver um rosto amigo, ter a família por perto, planos, objetivos, entre tantas
outras coisas. Mas não seja um morto-vivo. Não se esqueça que nada disso fará
sentido se não tiver amor no coração, se não tiver paz de espírito e esperança
de que amanhã sempre será um dia melhor. Afinal, são esses sentimentos que nos
fazem viver de verdade.
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